A esperança cristã não exclui ninguém, diz Papa na catequese
O Papa Francisco deu continuidade nesta quarta-feira, 15, ao ciclo de catequeses sobre a esperança cristã. O Santo Padre explicou que a consciência do amor de Deus pela humanidade é a raiz da esperança cristã, que nunca desilude nem exclui ou marginaliza ninguém.
A reflexão de hoje foi baseada na Carta de São Paulo aos Romanos, que surpreende com o convite a vangloriar-se, tendo em vista que se aprende desde cedo que gabar-se não é uma atitude boa. “Mas, do que é justo nos vangloriar? Como é possível fazer isso sem ofender, sem excluir ninguém?”, perguntou o Papa.
Segundo Francisco, no primeiro caso, o homem é convidado a se vangloriar da abundância da graça de Deus que se recebe de Jesus Cristo. “Paulo quer nos fazer entender que, se aprendemos a ver os acontecimentos à luz do Espírito Santo, percebemos que tudo é graça! Se prestarmos atenção, quem age na história, assim como em nossa vida, não somos nós sozinhos mas é sobretudo Deus. Ele é o protagonista absoluto que cria todas as coisas como um dom de amor, que tece a trama de seu desígnio de salvação, levado à plenitude em Jesus. Quando acolhemos com gratidão essa manifestação do amor de Deus, experimentamos uma paz que se estende a todas as dimensões de nossa vida: Estamos em paz conosco mesmos, estamos em paz na família, em nossa comunidade, no trabalho e com as pessoas que encontramos a cada dia em nosso caminho”, acrescentou Francisco.
O Santo Padre destacou ainda que a esperança cristã é sólida, não decepciona. O seu fundamento não está no que o homem pode ou não fazer, mas no amor de Deus, o fundamento mais fiel e seguro. “É fácil dizer: Deus nos ama. Todos dizemos isso. Mas pensem um pouco: cada um de nós é capaz de dizer: Estou certo de que Deus me ama? Não é muito fácil dizer isso. É um bom exercício dizer a si mesmo: Deus me ama. Esta é a raiz de nossa segurança, a raiz da esperança”, sublinhou Francisco.
Vangloriar-se do amor de Deus
“O Senhor infundiu abundantemente em nossos corações o Espírito, que é o amor de Deus, como artífice, como garante, para que possa alimentar dentro de nós a fé e manter vida essa esperança. Deus me ama! Mas neste momento difícil? Deus me ama. E eu que fiz coisas feias e más? Deus me ama. Esta certeza ninguém pode nos tirar e devemos repeti-la como uma oração: Deus me ama. Estou certo de que Deus me ama.”
Por fim, Francisco explicou porque o Apóstolo Paulo convida a se vangloriar sempre de tudo isso. “Vanglorio-me do amor de Deus, porque Ele me ama. A esperança que nos foi dada não nos separa dos outros, e muito menos me leva a desacreditá-los ou marginalizá-los. Trata-se de um dom extraordinário do qual somos chamados a ser ‘canais’ para todos, com humildade e simplicidade. Então, a nossa maior glória será a de ter como Pai um Deus que não tem preferências, que não exclui ninguém, mas que abre a sua casa a todos os seres humanos, começando pelos marginalizados e distantes, para que como seus filhos aprendamos a nos consolar e nos ajudar reciprocamente”.